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Dalva Mercês: a mulher na política brasileira

A despeito do aumento significativo da participação da mulher na política brasileira, mesmo assim, ela ainda é minoria neste segmento. Segundo a pesquisadora Fabrícia Pimenta, mestre em Ciência Política pela UnB – Universidade de Brasília – e doutora em História, a explicação para este fato, é de que as mulheres ainda sofrem preconceito.

"Há preconceito, com certeza" – comenta a pesquisadora – "contudo, a arena política, tradicionalmente vista como local de debates arraigados de valores patriarcais tem sido aos poucos, conquistado pelas mulheres. De um modo geral, já se pode falar da visibilidade, ainda que diminuta, feminina nos processos eleitorais, atividades no Parlamento, no aparelho estatal; enfim, no campo político brasileiro."

A participação da mulher na política é hoje indispensável, pois elas são mais sensíveis em relação às questões sociais e tem o poder de humanizar mais a gestão pública. Podemos citar como exemplo Dalva Mercês, pré-candidata à prefeitura de Santo Antonio de Jesus no próximo pleito. Com sua docilidade, o que é fundamental na política, e esbanjando simpatia mostra porque foi o nome mais lembrado entre os que podem mudar os rumos da política santantoniense.

Dalva Mercês, também conhecida por Dalvinha, nasceu no dia  26 de julho de 1961 em Santo Antonio de Jesus, contraiu matrimônio com Gilson Barreto e desta união nasceram suas duas filhas, Fernanda e Marina. Com o falecimento de seus pais adotou como filhos seus 5 irmãos: Rose, Binho, Neno, Lui e Luiza. Tem como principal aliado a sua simplicidade, garra para atingir seus objetivos, não se abatendo diante dos diversos problemas que sempre surgem.

Iniciou na vida política em 1996 a convite do vereador Ademário Santos, sendo eleita vereadora pela primeira vez em 1997. Quatro anos mais tarde foi eleita Vice-Prefeita de Álvaro Veloso Bessa, sendo novamente eleita como Vice-prefeita em 2004 ao lado do atual Prefeito, Euvaldo Rosa. Como Vice-Prefeita e vereadora licenciada assumiu a pasta da Secretaria Municipal de Assistência Social, na qual desenvolveu um excelente trabalho e com muita dedicação, o município conquistou a condição de Gestão Plena da Assistência Social, que com tamanho êxito vem produzindo muitas conquistas não só para  a área social, como também para todo o município.

Atualmente retornou a Câmara como Vereadora, com o objetivo de elaborar projetos, e assim continuar sua caminhada, dando sua parcela de contribuição para o progresso e desenvolvimento de Santo Antonio de Jesus. Professora, prefeita interina em duas oportunidades, hoje, como vereadora licenciada, exerce pela segunda vez o cargo de Secretária Municipal de Ação Social, pasta onde desenvolve um notável trabalho em prol das comunidades menos favorecidas.

Dizem que mulher não gosta muito de fazer economia, mas quando se trata de Dalva Mercês a história não é bem assim: "Temos o interesse em fazer uma polícia de concordância entre o social e a política fiscal". Responsável por diversos projetos e programas, não só na área social, mas em todos os segmentos da Administração Pública, vem conquistando a simpatia de todos.

Abordada por este escriba, gentilmente respondeu a algumas questões que veremos a seguir.

Alberto Peixoto – Quais foram os motivos que a levaram disputar uma indicação para ser candidata a Prefeita?

Dalva Mercês – Bem, é meio difícil eu mesma fazer um julgamento de mim mesma, porém acredito que o que tem me levado a conquistar esse espaço, é o trabalho que temos desenvolvido ao longo dessa caminhada na vida pública. Ter conquistado a confiança da população ao ponto de ser um dos nomes a pleitear uma candidatura a o cargo de Prefeita da grande Santo Antonio de Jesus (SAJ), é uma grande honra. E, mesmo que eu não seja o nome escolhido para ser a candidata do grupo ao qual eu faço parte, e que é liderado e muito bem liderado pelo Prefeito Euvaldo, já me sinto contemplada e extremamente grata a Deus e a população de SAJ.

A. P. – Como a senhora entrou na vida política?

D. M. – Comecei, em 1984, sem nenhuma intenção de entrar na vida política, realizando atividades sociais rotineiras na comunidade Salto da Onça, comunidade essa, que moro até hoje. Fui a primeira professora dessa comunidade, consegui conquistar respeito e carinho de todos que ali residem. O tempo foi passando e esse trabalho social foi-se estendendo em outras comunidades.  Em 1986, com o trabalho que realizei na campanha política de Waldir Pires, ainda em 1986, fui convidada pelo então Vereador Ademário Santos para sair candidata a Vereadora em 1988. De início não aceitei porque acreditava não me identificar com a política partidária. Quem contribuía com essas atividades sociais que eu desenvolvia, era o Vereador Ademário, porém esse vereador faleceu em 1997. Com o seu falecimento, as portas se fecharam e, aí sim, percebi a necessidade de estar inserida no processo para poder continuar concedendo ações em favor das pessoas. Foi aí que tudo começou. Em 1998, me candidatei a vereadora e, mesmo não tendo sido eleita naquele pleito, continuei o trabalho que foi crescendo e chegamos nos dias de hoje.

A. P. – Que plataforma baliza sua candidatura?

D. M. – Santo Antonio de Jesus, indiscutivelmente está consolidada hoje como sendo a capital do Recôncavo, além deste fato existe uma grande expectativa no que diz respeito às influências que a cidade receberá com a construção da ponte Salvador/Itaparica. Todo este panorama norteia não somente a minha candidatura como a de qualquer dos pretendentes, pois todo aquele que tem a possibilidade de conduzir os destinos desta cidade deverá ter como meta, desenvolvimento com qualidade de vida. Objetivamente isto quer dizer fortalecimento do comércio local, ampliação da atividade industrial, distribuição de renda que e o que acontece quando estimulamos a criação de novos postos de trabalho; facilidade para moradia, e melhoria do acesso a saúde através dos pontos de atendimento disponibilizados pelo município. É desta forma que estou construindo uma candidatura.

A. P. – Quais suas principais ideias para o trabalho de desenvolvimento da tríade saúde, educação e segurança em SAJ?

D. M. – A questão da segurança é um problema das três esferas, Federal, Estadual e Municipal. Contudo é no município que vivenciamos mais de perto este problema e desta forma procuraremos contribuir, não somente fazendo aquilo que estiver na alçada do município, com também usando o poder de representatividade municipal para que os investimentos das outras esferas de governo sejam direcionados para nossa cidade. A saúde de Santo Antonio de Jesus, ainda tem algumas deficiências que precisam ser corrigidas, porém é indiscutível que nesses oito anos obtivemos um avanço mais representativo do que as ultimas três décadas, é só olharmos o tamanho do Hospital Luiz Argolo e o tamanho do Hospital Regional. Nestes oito anos o Hospital Luiz Argolo deu lugar ao Hospital Regional como referência de atendimento hospitalar. Não tenho duvidas que poderemos como Administração Municipal contribuir ainda mais, nos empenhando para melhorar o atendimento em nossos postos de saúde. Quanto a Educação municipal, temos escolas em número suficiente para atendermos a demanda de nossos alunos; temos professores capacitados e reciclados, buscaremos agora formas de contribuir para a profissionalização destes jovens que representam o futuro bem próximo.

A. P. – Em sua opinião, as mulheres de Santo Antonio estão prontas para apoiar uma mulher no poder?

D. M. – A mulher tem uma trajetória maravilhosa ao longo da historia, adquiriram o direito ao voto, abraçaram uma formação profissional tal qual os homens, hoje caminham lado a lado, usaram sua dureza sem jamais perder a doçura para comandar os municípios, estados e nações pelo mundo afora e Santo Antonio de Jesus não é diferente, não está fora deste mundo globalizado, por isto tenho certeza que chegou a hora, sim estamos prontas.

A. P. – O que se faz necessário para que a juventude se interesse pela política, não só a nívelmunicipal, mas de modo geral?

D. M. – A juventude tem ficado afastada dos movimentos políticos no dia a dia, como se a política fosse uma matéria a ser estudada somente pelos candidatos a cargos eletivos, as vezes nos esquecemos que o ser humano é um ser político e que os jovens devem logo cedo conviver com a política para compreenderem as formas de reivindicar os seus direitos em uma sociedade politizada como é a sociedade moderna. É necessário que a juventude através da escola tenha contato com os ensinamentos políticos para que entenda melhor as formas de reivindicar os seus direitos e cumprir os seus deveres. Falo de ensinamentos políticos, não os políticos partidários desta ou daquela tendência, tenho plena certeza que quanto maior o número de jovens bem formados, maior será o numero de cidadãos atuantes na política partidária como também eleitores formadores de opinião.

A. P. – Como é sua relação política com o atual presidente da câmara de vereadores?

D. M. – Temos uma relação de equipe, de grupo, respeitando as diferenças e trabalhando no projeto não individual, mas de Santo Antonio de Jesus.

A. P. – Se não indicada pelo seu partido para o principal cargo municipal, disputaria uma cadeira para vereadora?

D. M. – Com certeza. Estou na vida pública para defender os interesses da população. Ninguém deve ser candidato de si mesmo. Se não for candidata a Prefeita, poderei ser candidata a vice- prefeita ou a vereadora. Também, se não der pra ser vereadora, tudo bem. Sou PROFESSORA, concursada do Município. Estarei na Educação e assim, continuarei a servir ao meu município da mesma forma. O meu desejo é continuar servindo àqueles que muito já me serviram, me agraciando sempre com votos de confiança.

A. P. – Dalvinha Mercês, eu e minha equipe lhe desejamos sucesso no próximo pleito, ao tempo que nos colocamos ao seu inteiro dispor.

D. M. – Quero agradecer a oportunidade que me foi dada para abordar e esclarecer, brevemente, alguns pontos da minha plataforma com vistas a dar continuidade ao progresso e crescimento de Santo Antonio de Jesus. Muito obrigada.

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Discurso de posse na Academia de Letras do Recôncavo

Sempre escrevo, neste meu espaço, sobre diversos assuntos do cotidiano: política, educação, religião, todo tipo de variedades. Hoje resolvi diversificar. Vou colocar o meu discurso de posse na Academia de Letras do Recôncavo, ato que ocorreu no último dia 10.05.2008, no Clube dos 100, na simpática cidade de Santo Antonio de Jesus.
A seguir, o discurso.

Senhoras e senhores, boa noite.
Senhor Presidente da Academia de Letras do Recôncavo, Almir Oliveira, Ilustres membros da mesa, Senhoras Acadêmicas, Senhores Acadêmicos, digníssimo público aqui presente.

Segundo José Luis de Araújo Lira, membro da Academia de Letras do estado do Ceará, alguns povos, principalmente os africanos, quando iam fazer ou assumir algo muito importante, recorriam às suas divindades e antepassados. É por isso que neste momento, faço primeiro meu agradecimento e peço ajuda à Força Superior do universo, Deus supremo, autor da vida e de todos os entes queridos que já estão na dimensão superior, especialmente o meu querido pai, Alberto Correia de Araújo Peixoto, que sempre torceu por mim. Muito obrigado, meu bom Deus, por este momento ímpar, muito obrigado, meu Pai Eterno, pela família que a mim confiaste para capitaneá-la, nesta travessia evolucionária, pela esposa que me deste – Wanuzia Peixoto – companheira melhor não existiria, pois além de espiritualmente bela é portadora dos olhos verdes mais bonitos do universo! Wanuzia, eu sou apaixonado por você!

Agradeço a todos os membros da Academia de Letras do Recôncavo que me honram com a sua presença, possibilitando que eu aceda a esta casa para nela ocupar a cadeira de numero 26, e tendo como patronesse, Maria Augusta Bittencourt, um ícone da cultura do Recôncavo e da Bahia.

Nascida em Nazaré a 23 de novembro de 1885, filha de Alexandre Barros de Bittencourt e Maria Gabriela Pimentel, Maria Augusta Bittencourt foi professora, poetisa e escritora. Desde muito jovem começou a publicar poesias em revistas e jornais com o pseudônimo de Ana Lucia. Escreveu o seu primeiro livro, em versos, intitulado “Asas” e em 1972, publicou um novo trabalho sob o titulo de: “Tempo, Água do Rio”, prefaciado pelo escritor e acadêmico Pedro Calmon. Como toda mulher nazarena, era dinâmica, brilhante e sempre preocupada com os problemas sociais da sua comunidade, lutando em prol do bem estar dos menos favorecidos e pela cultura do seu município e do estado da Bahia.

A cadeira número 26 da Academia de Letras do Recôncavo, a partir de hoje por mim ocupada, figurará entre as poucas, preponderantemente, voltadas à ficção, à comicidade e ao cotidiano dos que habitam o interior do estado da Bahia, com suas dificuldades, suas religiosidades e seu estilo próprio de vida, pintando assim, o quadro da realidade de um povo com sua difícil verdade. Quadro esse que levo – com muito humor – aos meus leitores através da literatura, que é a arte que nos liberta das trevas da ignorância e nos transporta para os quatro cantos do planeta e, até mesmo, do universo, recheando-nos de informações, notícias, experiências, do saber, inclusive do amor e da paixão.

Como citou a competentíssima psicopedagoga e defensora do direito à vida, Andréia do Vale Reis, ao prefaciar um dos meus livros: “a literatura torna possível nos comunicarmos estreitando laços, extrapolando fronteiras do tempo e do espaço, unindo pessoas e, quando isso ocorre, representamos a nossa compreensão de mundo, conjunto de certezas, dúvidas, crenças, desejos e valores que compõem a nossa história, a nossa vida, o nosso ser”.

Estimados confrades e demais presentes. A vida me reservou a extraordinária felicidade de ter a oportunidade de fazer parte deste conceituado e seleto grupo de pessoas fora de serie das quais farei tudo, o possível e, até mesmo, o impossível, para fazer jus ao título de Membro da Academia de Letras do Recôncavo, o que, com certeza, carregarei dentro do meu coração como – depois do nascimento dos meus filhos e netos – o acontecimento mais importante da minha vida. Estou extremamente feliz por também poder contar com a presença, na cerimônia de hoje, da minha família, dos meus amigos e desse público maravilhoso que se faz presente para me homenagear, que até poderia dizer: homenagear um estranho, mas que, com o consentimento da população desta acolhedora cidade, me autodenomino: Cidadão Santo Antoniense.

Enfim, eu tive a grata oportunidade de vir trabalhar e viver em Santo Antonio de Jesus e, coberto pelo seu céu, pisando o solo querido, meu coração envaidecido, bate mais forte. São raras as palavras que podem sintetizar a emoção de um homem que durante treze longos anos trabalhou sob o árduo sol da Chapada Diamantina e por desígnio do destino teve a sorte, a felicidade, de ser transferido para a acolhedora Santo Antonio de Jesus, a que tenho o prazer de dizer a todos os meus amigos dos demais municípios, que ela é a capital do Recôncavo: a cidade que mais cresce na região.

Considero-me um privilegiado por receber do destino, como prêmio, a oportunidade de trabalhar em uma cidade onde a grande maioria da sua população é formada por homens e mulheres, extremamente vencedores. O que mais poderia querer eu da vida? Eu e esta belíssima cidade, cidade das flores, das palmeiras, do sorriso, temos muito em comum, ou seja, Antonio que também compõe o meu nome e Jesus que é o meu mestre, meu orientador.

Os grandes amigos, figuras populares e inesquecíveis que aqui conheci, jamais esquecerei. Terei sempre em minha memória a imagem amiga daquele que até já chamei de meu painho; Magno da Cruz, mui digníssimo Secretário da Fazenda, Administração e Planejamento do município; Winston Pacheco, meu irmão e colega; Helio Valadão, com quem eu costumo dar muitas risadas – como dizem os mais jovens Helio é o cara, bicho – Professora Andréia Reis, minha grande orientadora; Silvania Machado, sem ela eu nunca consigo fazer um bom trabalho; Manoela Alves, que dispensa comentários; o incomensurável Antonio Dantas Ribeiro – com ele aprendi muito e pretendo aprender muito mais – este é “all concour” e a minha turma do barulho – barulho no bom sentido – composta pelos insuperáveis: Geraldo Barros, futuro edil da cidade; Ricardo Jorge, uma das pessoas mais agradáveis que encontrei por estas plagas; Valdemir Miranda, o homem mais paciente que eu já conheci; e o quarteto dinâmico formado por Cleonice, Zete, Edizio Teles e Roberto Doria.

Ingresso na Academia de Letras do Recôncavo, entendendo-a como fronteira franqueada ao livre trânsito de todas as temporalidades. De um lado, receptáculo de nossas mais profundas heranças culturais; de outro, passagem para a paisagem do novo.

Para concluir, rendo minha especial homenagem ao grande irmão e colega Winston Pacheco.

Muito Obrigado.

Alberto Peixoto

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