A ciranda financeira existente no Brasil, país da patifaria, revela muita coisa, menos a realidade dos fatos. Ao longo de todos os dias nos deparamos com manchetes, estampadas na grande mídia, em que se pode ler todo tipo de projeções financeiras que são voltadas para atender os interesses de uma classe de especuladores que infestam está nação que insistem na prática de um modelo financeiro parasita que não gera um único emprego, nem de forma direta ou indireta.
As mais recentes previsões feitas pelo oráculo do O Banco Central (BC) é que será mantida a projeção para o crescimento da economia este ano e reduziu estimativa para a inflação. De acordo com o Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (22), em Brasília, os dados dão conta de que haverá expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, segue em 0,5% para 2017.
Demonstrando forte vínculo tendencioso junto às hostes do atual governo, a entidade vai mais longe ao afirmar e referendar as necessidades das reformas propostas pelo mesmo, como a da Previdência e trabalhista, para que a economia se recupere este ano. “A manutenção, por tempo prolongado, de níveis de incerteza elevados sobre a evolução do processo de reformas e ajustes na economia pode ter impacto negativo sobre a atividade”, professam eles de forma altamente suspeita.
O que demonstra com esta afirmativa é que o BC reza e reforça os argumentos defendidos pela cartilha do governo golpista Temer. Segundo o que afirma estes arautos financeiros a inflação deve fechar o ano em 3,8%. No relatório, as projeções para a inflação são apresentadas em quatro cenários. A “projeção central”, elaborada considerando as estimativas do mercado para a taxa de juros e o câmbio, indica inflação em torno de 3,8%, 0,2 ponto percentual abaixo da divulgada no relatório de março. Para o fim de 2018, a projeção permaneceu em 4,5%. Na estimativa para a inflação em 12 meses encerrados no final do segundo trimestre de 2019, o índice cai para 4,3%.
Câmbio e inflação
No cenário com taxa de câmbio constante em R$ 3,30 e taxa Selic estimada pelo mercado financeiro, a projeção para a inflação este ano fica em 3,8% e sobe para 4,3% em 2018, abaixo do centro da meta perseguida pelo BC (4,5%).
Outra pérola financeira feita pelo BC é de que com taxa de juros inalterada no atual patamar (10,25% ao ano), é que a Selic está em processo de redução. Este mesmo órgão faz uma observação em que o relatório de inflação reporta projeções condicionais que supõem taxa Selic constante. Tais “assertivas” nos conduzem a elaborar a tese que todos já sabem, mas ninguém ousa afirmar: a economia brasileira não deixa de ser uma peça de ficção a serviço dos interesses, nem sempre confessáveis, de uma casta reduzida de privilegiados deletérios que têm puxado o país para permanecer no fundo do poço. Enquanto eles alçam voos altos, em céu de brigadeiro.
Sérgio Jones – Jornalista