A professora e filósofa Marcia Tiburi foi muito feliz ao reagir a fala do pedetista Ciro Gomes e mais ainda ao diagnosticar e traçar o perfil desse político.
Em artigo escrito no 247, ela o acusa de ter se utilizado de uma espécie de escada política ao atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após uma fala sobre a questão do aborto.
“Acabo de ver um vídeo em que Ciro Gomes me cita. Como não é a primeira vez que ele fala meu nome, é justo responder. Eu nunca falo de Ciro, porque realmente fico triste em ver o político que ele vem se tornando.”
Ela prossegue com suas palavras em que diz reconhecer que o Ciro é evidentemente uma pessoa que sabe muito sobre o Brasil, o que concordo plenamente.
“Diferentemente da grande maioria dos políticos brasileiros, em geral, ele sabe se expressar na forma e no conteúdo. Eu o vi falar ao vivo duas vezes. Numa delas, tomei a liberdade de dizer que ele tinha muito futuro, caso conseguisse deixar de lado sua postura de coronel. Ele não seguiu o meu conselho. E segue afundando no narcisismo primário que destrói carreiras políticas.”
De acordo com sua análise cita que o narcisismo masculinista é um assunto grave na política brasileira.
E aconselha Ciro a meditar nesse tema e parar de usá-la para produzir falsas polêmicas.
A professora chama a atenção para o fato de Ciro ter citado ele no vídeo a propósito de um recorte com a expressão ‘lógica do assalto’, tirada de uma entrevista de 2015 e usada pelo MBL e assemelhados em 2018, muito antes dela se tornar candidata.
No qual falava basicamente do capitalismo como um grande e sistemático roubo. Esse vídeo ainda circula, segundo observa, em que foi transformada em ‘token’ da extrema-direita, ou seja, sou usada para causar polêmica e ataques à esquerda como um todo.
Com esse comportamento acusa os políticos de extrema-direita usaram a imagem dela tendo como objetivo provocar a desinformação, ao tempo em que acusa Ciro de seguir o mesmo caminho.
Com relação ao que ela denominou como segundo tema, o “cu”, tal expressão considera como mal citado na fala de Ciro Gomes. E adianta de nunca ter falado de cu, de anus ou de tema semelhante em campanha.
Avalia que o recorte foi tirado de um vídeo de 2017 em um debate sobre literatura. “Jamais imaginaria que uma fala tão ingênua pudesse se tornar tão apelativa”, afirma.
Para a filósofa prova que o terror anal é um fato. “Não é só o Ciro (que já falou disso publicamente outra vez, me usando), mas muitos outros senhores não analisados (digo sem ironia) que recorrem a essa fala descontextualizada para causar frison ao redor. Ora, o patriarcado é mal resolvido.
Aprendi com homens sábios do Nordeste que um coronel é um menino mimado”.
E prossegue em sua diatribe ao afirmar e reconhecer que temos um na presidência causando estragos atrozes na nação. Outros, para o bem ou para o mal, não chegarão lá, mostrando que ego é importante na política, mas não basta. Canalhice também, mas nem sempre resolve.
Acredita não existir fórmula. Certamente os desesperados pelo cargo, sejam bons, sejam ruins, não chegarão lá. E considera como o mais triste ter uma figura tacanha como Bolsonaro:
“prezado filho do ego, tire seu ego do caminho, que eu quero passar com as minhas companheiras feministas para inaugurar uma outra política.
Você Ciro é como o capitalismo em estado de desespero, está prestes a ser deixado prá trás na poeira da estrada da história”.
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)