Indignação dos militares aparenta apenas sombra da realidade/ Por Sérgio Jones*

Existe um velho adágio popular que professa: Quem tá na chuva é para se molhar e para quem já tá molhado um pingo é besteira.

A bravata vociferada pelo ministro da Defesa e os comandantes do Exército, Marinha e da Aeronáutica com teor de forte indignação em resposta ao pronunciamento feito pelo presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM).“

Em nada tem a ver com a realidade dos fatos, corrupção existe em todos os segmentos da sociedade, o que difere uma da outra é o grau de intensidade em que são utilizadas, mas o crime permanece o mesmo.

Portanto, a nota oficial de indignação emitida pelos militares é totalmente despropositada. Esquecem eles, que o dever de fidelidade é a lei, por que com eles deveria ser diferente?

Atualmente, entre militares da ativa e reserva existem cerca de dez mil deles atuando e mamando nas tetas do governo, contingente que supera em número aos existentes no governo após o golpe de 1964.

É bem verdade que não se pode pegar a parte pelo todo. Mas a prática de corrupção nas forças armadas sempre existiu, não adianta tentar tapar o sol com a peneira.

Não será com ameaças e bravatas que as Forças Armadas vão acabar com essa praga em suas fileiras. Cabe a eles, apurar e punir quem assim procede.

Fazer ameaças a senadores que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro, não é uma medida inteligente. Afinal, não se pode negar a existência do lado podre das Forças Armadas. Quem não se recorda do recente escândalo da existência de tráfico de cocaína no governo de Bolsonaro.

Investigações apontam possíveis cúmplices militares envolvidos que utilizavam aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), na rede de tráfico de drogas, em nível internacional.

Vamos acabar com a hipocrisia e aprender a dividir responsabilidades, viver com a verdade, sem mentiras.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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