Em recente entrevista concedidas a órgão da imprensa brasileira, a figura desprezível do vice-presidente da república, Hamilton Mourão, fez uma declaração infame ao afirmar não só ser íntimo como elogiou a figura do assassino coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, falecido em 2015.
De acordo com depoimentos dele, o substrato humano que é apontado como líder que comandou e coordenou as torturas físicas e psicológicas mais infames, praticadas durante a Ditadura Militar. Ele o reputa como: “era um homem de honra e um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados”.
Outro impropério feito pelo milico cabeça torta é de que Bolsonaro administra ou vem administrando “muito bem” a pandemia do novo coronavírus, apesar do País ter quase 150 mil mortos e ser um dos mais afetados pela crise sanitária.
O que nos leva a fazer a seguinte indagação, o que faz com que uma pessoa que recebeu uma boa educação, usufruiu e usufrui de muitos privilégios oferecidos por um país tão desigual, a extravasar tais pensamentos e comportamentos tão mesquinhos, tão descontextualizados?
Talvez tal explicação seja encontrada nos estudos de Tanzi e Riva, que denominaram como Teória Atávica, onde eles estabelecem conceitos com grande clareza de espírito que há nesse tipo de comportamento, dois elementos distintos: um constante, o fundo degenerativo particular; outro acidental, eventual, o delírio sistematizado.
Em que classificação se encaixa o Mourão?
Possivelmente, no primeiro conceito em que se constituiu a paranoia, considerando que essa doença pode existir sem que haja delírio sistematizado, como no caso de paranoia sem delírio, como também pode revelar-se em estado de pureza, no período de incubação do delírio ou em momentos de trégua.
Se a paranoia não é um caso de retorno atávico hereditário como eles ensinam, ela é evidentemente um caso de desorganização mental regressiva, que se manifesta regularmente no consciente do general Mourão. Não deve haver outro tipo de explicação ou entendimento científico que justifique tal comportamento tão execrável e doentio.
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)