A origem do povo brasileiro/Por Alberto Peixoto*

O índio e o negro
FOTO: Plenário.mt

No decorrer de mais de 300 anos de escravidão no Brasil, os quilombos tiveram a função de meio de evasão contra a privação da liberdade e da violência praticada na senzala pelos senhores de escravos. Aos poucos estas comunidades de negros fugitivos foram se organizando, passando a cultivar a terra e trocando parte da colheita por utensílios e alimentos que supriam suas necessidades. Em toda a região que houve escravidão, houve resistência, luta pela liberdade, fugas e daí a formação dos quilombos. O mais famoso de todos foi o Quilombo dos Palmares, em Alagoas, quando ainda pertencia a capitania de Pernambuco.

Foram desembarcados em terras brasileiras um total aproximado de 4 milhões de negros que teve participação direta na fundação e no desenvolvimento econômico do país, através do seu trabalho escravo. Nossas raízes – origens do povo brasileiro – se assentam nas relações raciais entre os negros, brancos e indígenas, sendo o nordeste a principal porta de entrada dos negros trazidos da África, por volta do século XVI para trabalharem nas plantações de cana de açúcar.

Na luta pela independência do Brasil e pela abolição da escravatura, o negro, o índio e o vaqueiro sertanejo, tiveram participação importantíssima, principalmente na Bahia, fazendo resistência às tropas portuguesas que estavam sediadas em províncias que se opunham a independência do Brasil de Portugal e teve como grande aliada a heroína feirense Maria Quitéria de Jesus, nascida no sitio Licurizeiro, pequena propriedade nos arredores da Vila de São Jose das Itapororocas – hoje distrito de Maria Quitéria – na comarca de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira, atual município de Feira de Santana, no estado da Bahia,

Nestes conflitos tivemos diversos outros heróis e heroínas como: Maria Felipa, Soror Joana Angélica, Tambor Soledade, o corneteiro Luiz Lopes e diversos negros só que estes não foram lembrados, obstruídos pela descriminação racial e social que sempre houve e há, infelizmente, até hoje em nosso país.

Conseguiu-se a abolição da escravatura no Brasil – Lei Áurea de 13 de maio de 1888 – mas ainda hoje há escravidão no país. Não se sabe se tão dolorosa como a do passado, onde os feitores açoitavam os negros no tronco ou a atual, na qual o açoite dos chicotes do racismo e do preconceito fere a alma de todos.

Tristemente, chega-se a conclusão de que o racismo e a falta da liberdade é um problema social histórico, sempre ligado à exploração dos mais poderosos contra os mais fracos. Para extirpar de vez este mal da face da terra, é fundamental acabar com o capitalismo selvagem e toda forma de exploração do homem pelo homem.

Alberto Peixoto, Escritor

Leave a Comment

Filed under Sem categoria

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Time limit is exhausted. Please reload CAPTCHA.