Ao dizer que achatou a curva da contaminação pelo Covid-19, em Feira de Santana, o prefeito Colbert Martins teve o comportamento do seu líder, o presidente Jair Bolsonaro.
A Bahia ainda não atingiu o pico de contágio pelo coronavírus, segundo especialistas, a previsão é até a primeira quinzena de maio.
Outras informações em nível nacional confirmam que os números divulgados não condizem com a realidade dos infectados e das mortes provocadas pela pandemia.
Os motivos estão relacionados à falta de controle, dos exames realizados após morte e deficiência na qualidade de kit que identificam o contágio pelo vírus.
Feira de Santana não teve e não tem condições de realizar exames na maioria das pessoas que apresentam prováveis sintomas da presença do vírus. Esse fato é uma realidade incontestável pelas autoridades de saúde do poder público.
Levando em consideração os números registados no município até o presente momento o prefeito afirma, sem nenhuma avaliação técnica ou análise de especialistas, que ele achatou a curva da contaminação.
É um proselitismo que chega à beira da irresponsabilidade administrativa, com o agravante de que ele é médico. Fez um juramento de salvar vidas.
Na realidade ele se perdeu nessa imaginária curva e saiu da estrada.
Em mensagem postada, por ele, no Instagram, diz que: “Seguiremos vigilantes e atentos aos números. Qualquer mudança negativa será analisada e poderemos SIM, voltar com ações restritiva a qualquer momento”.
Pergunta-se: a das ações restritivas poderão resgatar a vidas das pessoas que tenham ido a óbitos?
Feira de Santana tem leitos de UTI e respiradouros suficientes para atender ao provável aumento de pacientes?
Os exemplos em outros países e até em várias cidades brasileira não são suficientes para se adotar medidas mais preventivas?
O ditado popular de que o brasileiro só fecha a porta depois de roubado, está sendo colocado em prática, literalmente.
A vida merece mais respeito, os grupos de risco precisam de uma atenção mais profissional e humana.
Podemos ser vitoriosos no controle dessa pandemia, se atitudes como essas adotadas pelo prefeito Colbert Martins não fossem tão precipitas e desprovidas de respeito e bom senso.
Carlos Lima, Jornalista.