
FOTO: CTB
O termo transmutação genética é usado, na história da Biologia, para descrever o processo de mudanças morfofisiológicas ocorrentes em uma espécie para desenvolver outra. Este é considerado como ideal para definir a personalidade, ou falta dela, quando nos reportamos ao comportamento patológico do presidente Jair Bolsonaro.
Mantendo um comportamento incompatível para com o cargo que ocupa, o arremedo de presidente preserva uma espécie de gestão sanfona. Suas declarações são imprecisas e confusas, o que têm causado constantes desgastes no governo. Suas declarações feitas pela manhã são desfeitas à tarde. O que deixa transparecer, de forma cristalina, que este ser caudilhesco não consegue manter a liturgia do cargo. Provavelmente por não saber se utilizar de cada um dos ofícios e sacramentos que tal função exige. O que nos leva a crer que fatores como incompetência moral e sobretudo intelectual, têm sido os principais entraves.
Um exemplo significativo, entre miríades de outros, que são expostos diariamente pelo Bolsonaro e seus áulicos, pode ser observado, como mais uma joia da coroa : em que ele afirma que a missão de governar o país “será cumprida ao lado das pessoas de bem do nosso Brasil, daqueles que amam a Pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que tem ideologia semelhantes à nossa, daqueles que amam a democracia e a liberdade”. O presidente finalizou o curto discurso dizendo que só existe “democracia e liberdade quando a Força Armada assim o quer”.
O que deixa claro é o que o entendimento dele no tocante ao conceito família ficou resumido com a exibição do vídeo, durante o carnaval. Comportamento, este sim, que atenta de forma bestial contra justamente o que ele afirma, e diz defender. Este simulacro de presidente se comporta em total desacordo e sintonia com o espelho. Este reflete sem falar, enquanto Bolsonaro fala sem refletir.
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)