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Por que não te calas, Bolsonaro? / Por Sérgio Jones*

O que o tinhoso diz, não produz eco junto a sua equipe.
FOTO: Arquivos Google

As atrapalhadas na gestão do presidente eleito Jair Bolsonaro, já começaram nos primeiros dias de governo, os erros cometidos durante os seus inúmeros pronunciamentos na mídia, são constantes. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni terá muito trabalho pela frente para explicar o que ele serviçalmente denomina de “equívocos”, os erros e gafes cometidas pelo insidioso, chefe da nação.

Tal qual Deus atuou para misturar as línguas, para que fosse instalada a confusão entre os homens, tendo como consequência provocar a interrupção da construção da Torre, que passou a ser conhecida como Babel, termo que denota explicitamente, o sentido de confusão.

O tinhoso presidente vem usando da mesma estratégia para que o povo não tome compreensão do desastre que será o seu modelo administrativo. O que ele diz não produz eco junto a sua equipe, apenas confusão e ruídos de comunicação. Esta prática nefasta deverá perdurar até o fim de seu mandato, que não deverá ser longo.

O chefe da Casa Civil expressou-se, com todas as letras, que nesta sexta-feira, 4, que o presidente Jair Bolsonaro se “equivocou” ao falar em entrevistas de aumento do Imposto de Operações Financeiras (IOF) e da redução da alíquota do Imposto de Renda de 27,5% para 25%. “Estava toda uma celeuma no País que era ter aumento de impostos. Não dá para o cidadão que votou no Bolsonaro não ter aumento de impostos e ter aumento de impostos”, afirmou.

A confusão verborrágica está estabelecida e, ao que tudo indica, deve continuar enquanto perdurar este governo patético e temporão. No começo da tarde, deste mesmo dia, o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, esteve no Planalto para discutir as medidas com o chefe de estado. Ao deixar o palácio, ele negou informação publicada pela imprensa e confirmada num evento pela manhã pelo próprio Bolsonaro de que o governo aumentaria o IOF para garantir compensações a prorrogação de benefícios concedidos pela Sudene e pela Sudam.

O argumento utilizado para justificar o despreparo e a falta de sintonia existente entre a equipe e o presidente foi justificado com a seguinte afirmação: “Houve vazamento indevido. Alguém que vazou algo que não deveria ter vazado”, disse Onyx Lorenzoni. Entretanto, o ministro não respondeu, na sequência, se o “vazamento” era um “balão de ensaio” – uma tática para avaliar a repercussão e os efeitos de uma medida antes de sua real adoção. Prática esta adotada entre nove de cada dez presidenciáveis. Que já se tornou por demais conhecida do povo brasileiro.

No final da Ópera Bufa o que ficou patente é que o governo não pensa em adotar tal medida, no momento, em razão da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Não podemos neste momento fazer nenhuma ação que possa resultar em redução de arrecadação”, afirmou o ministro. Na sequência ele afirma: “A redução do Imposto de Renda é fruto de estudo, mas depende de equilíbrio fiscal. Temos a premissa antes de fazer essas coisas que é ter equilíbrio fiscal”, completou.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

 

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