Traçar o perfil conservador da classe e burguesa no Brasil não implica na realização de um trabalho que conduza o pesquisador à completa exaustão de sua capacidade intelectual. A pirâmide social pode ser delineada da seguinte forma: no seu ápice está aninhada a cúpula burguesa composta pelos chefes de famílias, ocupando cargos como empresários, políticos ou banqueiros, segmentos estes, recheados de corruptos dos mais diversos matizes.
As suas respectivas consortes, espécie de parasitas sociais, promovem o chá das cinco e têm por hobby ocupar as colunas sociais dos jornalecos que compõem a chamada grande mídia. Dando desta maneira “valiosa” contribuição intelectual para a cultura tupiniquim; enquanto os pimpolhos, resultado de uniões matrimoniais, destas nobres castas de famílias degeneradas, por direito vitalício, em um futuro próximo, herdarão os respectivos lugares privilegiados na sociedade, dos seus honrados genitores. Enquanto este dia não chega, eles vivem na mais completa esbórnia e sucessivas orgias consumindo drogas, alimentando de forma lucrativa e direta o comércio do narcotráfico.
A história se repete em forma de farsa
Estes são alguns conceitos de cunho moral que norteiam a burguesia e os valores de decência destas nobres famílias, que em passado recente, acumularam verdadeiras e incalculáveis fortunas com o “digno” comércio de escravos sob a benção da religião vigente que compactuava e até incentivava esta prática tão pouca cristã. Estes mesmos membros destes segmentos sociais são os provocadores das sucessivas crises econômicas, geradas no Brasil
Não contentes com a prática de tais crimes, eles desfilam de forma fagueira pelas principais ruas e avenidas das grandes metrópoles brasileiras, como no caso emblemático ocorrido em 2016, vestidos e pintados de verde e amarelo cobrando, aos berros e de forma histriônica, ética e moralidade da presidente Dilma Rousseff no trato e respeito da coisa pública. Desfile dantesco que envergonharia até mesmo a L’armata de Brancaleone.
Em 1964, esta mesma corja foi à articuladora da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, nome comum de uma série de manifestações públicas em resposta a ameaça comunista representada pelas ações dos grupos radicais e em resposta ao discurso proferido em comício pelo então presidente João Goulart, em 13 de março deste ano. Nesta data, o mandatário assinou dois decretos, permitindo a desapropriação de terras numa faixa de dez quilômetros às margens de rodovias, ferrovias e barragens, transferindo para a União o controle de cinco refinarias de petróleo que operavam no país. Além disso, prometeu realizar as chamadas reformas de base, uma série de mudanças administrativas, agrárias, financeiras, trabalhistas e tributárias, reforma agrária, reforma urbana, impostos sobre grandes fortunas o que denominou de justiça social. Tal comportamento, de um governo progressista, foi o suficiente para que se perpetrasse o golpe. Mais uma vez ficou evidenciado: “Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”.
Sérgio Jones (Jornalista)
Como sempre, você prestigiando o seu amigo. Grato pela publicação e um forte abraço.