Sitiaram o Céu

Assim como Durante Alighieri – conhecido como Dante Alighieri (Florença, 1265-1321), famoso escritor Renascentista italiano, autor do famoso livro A Divina Comédia (O Inferno de Dante) – descreveu o inferno, alguns fanáticos ou oportunistas que se dizem seguidores do Cristianismo, sitiaram o Céu e o descrevem, todos os dias incansavelmente, conforme a sua absurda e estarrecedora vontade, imaginando a seu bel-prazer como seria a morada do Altíssimo e daqueles que um dia vivendo em um planeta qualquer, fizeram jus a uma “vaga” neste – visto segundo a visão destes irresponsáveis fanáticos – “Condomínio Divino”.

Na ala direita – dizem os fanáticos – ficam os Arcanjos tocando harpas, na ala esquerda os Anjos menores que cuidam da ”parte operacional” do Paraíso Celeste, em um compartimento central, Anjos mais gabaritados organizam o dia a dia dos que lá estão, nos jardins que circundam o palácio aonde habita o Todo Poderoso com seus Anjos imediatos, os que ocupam os cargos de confiança; Querubins e Serafins, seres Celestiais mais elevados em dignidade, entoam hinos em louvores a Deus; na região onde se encontram as almas dos justos, os Bem-aventurados que conseguiram a felicidade eterna, virgens juramentadas e uma legião sem fim de Anjos, coordenados e supervisionados por Santos, oram pela paz do mundo. Anjos, Arcanjos e afins, criados e sob o comando dessas pessoas indômitas e de caráter duvidoso, vivem nesse rico e lucrativo “Condomínio Psicodélico”.

E nessa ladainha, vão decretando todo tipo de baboseiras e coisas inúteis, fazendo a cabeça dos mais “fracos” e ludibriando os desprovidos de recursos intelectuais aceitáveis, vendendo a essas infelizes criaturas – por vezes até, pra pressioná-los, invocam as dez pragas do Egito e até as bestas do Apocalipse – uma vaga no Céu.

Com a finalidade de difundir seus “negócios”, pois tudo que outrora era concernente a Deus ou ao seu reino, hoje passou a ter uma relação comercial e tornando-se também, trampolim para eleger deputados, governadores, adquirir bens imóveis… negócios. Como se não bastasse esse contra-senso, são praticados todos os tipos de heresias, creditando alguns insucessos à vontade de Deus e os mais terríveis e drásticos acontecimentos ao diabo ou a sua tentação, ou a algum dos seus comandados. Ninguém assume nenhuma transgressão, ninguém é culpado de nada; nada é de responsabilidades desses incautos. A maioria das culpas é creditada ao rei das trevas transformando-o assim, em uma entidade poderosíssima, disputando quase em igualdade de condições com o Deus verdadeiro, o poder de decidir sobre o destino daqueles infiéis pecadores que não são dignos de fazerem parte das hostes Celeste.

Banalizaram o Céu e todos os seus mistérios, segredos, enigmas e acontecimentos inerentes a Deus e a religião. A fé Cristã, que era uma completa confiança no Cristo, em derrocada, os princípios religiosos não tem mais – para uma grande maioria – aquele valor significativo de tempos quase remotos, pois o uso da violência – mal caratismo – para controlar as coisas sagradas ou divinas passou a fazer parte do dia a dia destes fanáticos ou aproveitadores da ingenuidade alheia que, com “lorotas”, exploram os irmãos de baixa esfera intelectual. O respeito pelas coisas divinas, esvaiu-se não tendo mais – por partes desta escoria da religião – uma reverência pelo concernente ao sagrado.

Não sei se o Céu é dividido em alas, grupos, conjuntos, pavilhões ou qualquer outro tipo de divisão discriminatória. Vendo, segundo o meu ângulo visionário, o Céu, além de ser a morada de Deus-Pai, também é onde se encontram todos os que O foram fieis e justos, em um estado subjetivo de perfeita felicidade plena, convivendo com os santos a espera da sua próxima reencarnação.

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